domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sobre Deus, religião e respeito!

“Há duas espécies de homens: os justos, que se julgam pecadores e os pecadores que se crêem justos.”  Blaise Pascal


            Conheço gente que é contra fazer piadas com o profeta Maomé, pois acha legítima a obrigação de respeitar a religião de todos! Discordo em parte. Religião só deve respeitada quando se propõe a fazer aquilo é inerente a sua função: promover a ligação de um ser humano com Deus. Nada mais. Se ultrapassar sua função básica a religião pode se transformar no pior mal da humanidade.
          Religião é um sistema de sentido por intermédio do qual você torna íntima sua relação com Deus (se você não tem religião, talvez deve ser porque nunca enfrentou um problema tão sério na vida a ponto de ficar sem outra alternativa que não seja Deus). Na religião você cultua seu Deus. Pronto, pare por aí, porque se sair daí para fazer militância em favor da sua religião, esta deixa de ser “coisa religiosa” e passa a ser “coisa política” e política em nome de Deus sempre deu errado na história. Deixemos Deus fora de nossas mazelas humanas.
            Religião tem que ficar fora das discussões sociais e políticas, pois nestas deve prevalecer a ideia de pluralismo. Pluralismo significa que todos merecem respeito pelo fato de serem humanos e possuírem um valor fundamental intrínseco. Lembra do direito à vida? Do direito à alimentação? Do direito à moradia? Pois bem, tais direitos são a aplicação prática da proteção de seus valores intrínsecos decorrentes da sua condição humana.
            Com efeito, eventos como os massacres de Paris, as decapitações diárias realizadas pelo Estado Islâmico, o atentado de 11 de setembro, o conflito Árabe-israelense são todos exemplos que representam momentos em que a religião pretende interferir nos rumos do Estado, pretende imiscuir-se em uma seara que pertence à política, à comunidade, aos humanos como sujeitos que buscam viver em sociedade. Quando a religião ingressa em assuntos da polis, ela sempre acaba fazendo algo prejudicial a todos!

            Portanto, você, que é religioso, fique no seu templo ou na sua casa cultuando sua fé em seu Deus todo poderoso e procure não envolver sua religião em assuntos da comunidade. As ideias religiosas têm um fim específico que não tem relação direta com os comandos políticos da sociedade em que você vive. Tenha fé em Deus, não no Estado!

Por Ênio Pacheco!

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